A tarde avança e o clima seco me leva a um vinho rosé fresco, que cai muito bem gelado. Abro o livro e conheço Lua, uma garota que mora em Floral e adora assistir ao pôr do Sol da janela do quarto, imaginando que outros lugares existem naquela direção.
O vinho toma forma em meu paladar e aos poucos conheço melhor a garota que não se conforma em viver igual a todos, com uma rotina pacata e previsível.
Dou mais um gole no vinho, sinto o leve adocicado que harmoniza com a cena onde Melado, o cachorro de Lua, aparece. Então, num impulso, ela foge da cidade de Floral para salvar o cachorro, que seria sacrificado apenas por não ter uma raça.
Lua e Melado, são levados a uma estrada onde não há qualquer vida ao redor. A terra seca deixa os sapatos empoeirados, guiando-os a um lugar onde irão descobrir a origem de Lua e o porquê dela não querer viver como os outros habitantes de Floral. O Vale Seco, a origem de tudo.
Acompanho a narrativa e deixo o vinho me levar, com sua característica seca e frutada, porém sua presença é intensa e refrescante como o sabor da hortelã. E assim como o destino de Lua, é revelador.
Livro: A Lenda do Vale Seco, Katia Simões Parente
Vinho: Autêntico Rosé, Vinícola Don Cândido.