Palavr(Ar) banhado pela Touriga Nacional

Eis que cai em minhas mãos um livreto chamado Palavr(Ar). Amarrado em fita, foge do convencional, mostrando-se charmoso e delicado.

Para acompanhar abro um Touriga Nacional do Alentejo, em homenagem à terrinha, onde os poetas parecem brotar em árvores, ou melhor, nas videiras.

E no conteúdo deste livro, encontro de fato, uma forma agradável de driblar os imprevistos da vida, nos fazendo degustar as palavras, saboreando cada sentimento que elas nos trazem. 

Quente como o vinho que escorre pela minha garganta, as palavras voam e colocam “Em Chamas” os sentidos, como descreve um dos poemas.  

Então, mergulho nos aromas de frutas maduras e apimentadas, enquanto me vejo na angústia dos dias passados, que vagam pelos poemas escritos sob a atmosfera da pandemia. 

O que mais adorei enquanto lia, foi aprender a “Fazer crochê do tédio da rotina imposta”.

Esse é o segredo. Abra um vinho e aprecie o que ele te traz à memória, use sua análise sensorial para degustar bebida e livro. Não importa se irá chorar ou rir, gargalhar, xingar, tanto faz. O principal é se sentir viva.


Livro: Palav(Ar), Nirlei  Maria Oliveira